Quem foi Monteiro Lobato?
No ano seguinte, a 13 de junho de 1898, perdeu o pai, José Bento Marcondes Lobato, vítima de congestão pulmonar. Decidiu, pela primeira vez, participar das sessões do Grêmio Literário Álvares de Azevedo do Instituto Ciências e Letras. Sua mãe, vítima de uma depressão profunda, veio a falecer no dia 22 de junho de 1899.
José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4 de julho de 1948) foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939) .Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882.Aos onze anos, em 1893, foi transferido para o Colégio São João Evangelista. Ao receber como herança antecipada uma bengala do pai, que trazia gravada no castão as iniciais J.B.M.L., mudou seu nome de José Renato para José Bento, a fim de utilizá-la. No ano seguinte, os pais o presentearam com uma calça comprida, que usou bastante envergonhado. Em dezembro de 1896 foi para São Paulo e, em janeiro de 1897, prestou exames das matérias estudadas na cidade natal, mas foi reprovado no curso preparatório e retornou a Taubaté.
Tendo forte talento para o desenho, pois desde menino
retrata a Fazenda Buquira, tornou-se desenhista e caricaturista nessa época. Em
busca de aproveitar as suas duas maiores paixões, decidiu ir para São Paulo
após completar 17 anos.
Seu sonho era a Escola de Belas-Artes, mas, por imposição do
avô, que o tinha como um sucessor na administração de seus negócios acabou
ingressando na Faculdade do Largo de São Francisco para cursar Direito. Mesmo
assim seguiu colaborando em diversas publicações estudantis e fundou, com os
colegas de sua turma, a "Arcádia Acadêmica", em cuja sessão inaugural
fez um discurso intitulado: Ontem e Hoje. Lobato, a essas alturas, já era
elogiado por todos como um comentarista original e dono de um senso fino e
sutil, de um "espírito à francesa" e de um "humor inglês"
imbatível, que carregou pela vida afora. Dois anos depois, foi eleito
presidente da Arcádia Acadêmica, e colaborou com o jornal "Onze de
Agosto", onde escreveu artigos sobre teatro. De tais estudos surgiu, em
1903, o grupo O Cenáculo, fundado junto com Ricardo Gonçalves, Cândido
Negreiros, Godofredo Rangel, Raul de Freitas, Tito Lívio Brasil, Lino Moreira e
José Antônio Nogueira.